A HISTÓRIA DE ONDINE

Porque é que a Síndrome de Hipoventilação Central Congénita também é conhecida por Síndrome de Ondine?

Segundo a mitologia germânica, Ondine era uma ninfa aquática bela e imortal. Um dia, Ondine apaixona-se por um cavaleiro chamado Lawrence, com o qual casa e tem um filho. Com o nascimento da criança, Ondine perde a sua imortalidade e começa a envelhecer, o que não a preocupa, uma vez que Lawrence lhe tivera jurado amor e fidelidade até ao seu último sopro de vida. Contudo, Ondine ia perdendo a sua beleza formosa, o que fez diminuir o interesse de Lawrence, que acabou por se envolver com uma jovem mulher. Como o cavaleiro lhe tinha falsamente jurado fidelidade a cada respiração e até ao seu último suspiro, Ondine amaldiçoou-o dizendo que, quando adormecesse, Lawrence deixaria de respirar e acabaria por morrer. Lawrence tentou manter-se acordado, mas acabou por adormecer e morrer ao lado da sua amante.

Esta lenda germânica inspirou vários outros autores, como Paracelso no Livro das Ninfas; Friedrich de La Motte Fouqué, na sua obra Ondine; e Hans Christian Andersen, com a conhecida história A Pequena Sereia, adaptada ao cinema pela Walt Disney.

Em todas estas histórias há elementos que nos remetem para as características dos doentes com Síndrome de Hipoventilação Central Congénita, pelo que esta síndrome é também conhecida por Síndrome de Ondine.

Apesar da tragédia e dramatismo associados a estas histórias, decidimos incluir a alusão às Ondinas no nome desta associação, pois queremos desmistificar a Síndrome de Hipoventilação Central Congénita e provar que a presença do “fator Ondine” não é sinónimo de ter o mesmo destino que Lawrence. Podemos pegar nele e fazer algo maravilhoso como esta associação!